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Vem do interior paulista uma iniciativa bastante curiosa: usar inteligência artificial para capturar, sem intervenção humana, os melhores momentos de partidas de futebol amador. Há algumas semanas, a ideia chamou a atenção do Novo Esporte por causa do anúncio de uma vaga para trabalhar com “aprendizagem de máquina”. Então, fomos atrás para entender do que se tratava.
Falamos com Emanuel Piza, profissional de sistemas de informação e fundador da Esportes.co (“Esportes Company”), com sede em Campinas. A startup já oferece uma robusta plataforma de gestão de campeonatos e times com direito a súmulas em tempo real, ferramentas de scouting e integração de patrocinadores.
Mas esta é apenas uma das três “camadas” da Esportes.co, cujo propósito é “entregar para amadores tudo aquilo que os profissionais tem acesso nos esportes”. As outras duas são tornar possível que os jogos de qualquer campeonato ou time de futebol possam ser transmitidos e o sistema de inteligência artificial de captura de melhores momentos. “Queremos entregar histórias de pessoas, com suas carreiras como jogador e atleta”, explica Piza.
A transmissão dos jogos, batizada de “Cameraman”, consiste na integração de uma câmera de 180 graus (similar às de segurança) instalada na quadra com a plataforma da Esportes.co. Basta os organizadores da competição ou os times solicitarem a filmagem de forma totalmente online. A tecnologia também funciona com um operador equipado com uma câmera normal.
Hoje, duas quadras de futebol sete de Campinas contam com as câmeras da startup e outras duas deverão recebê-las em breve. Segundo Piza, a tecnologia é desenvolvida há três anos e ainda esbarra em dois principais problemas: custo das câmeras (entre R$ 2 mil e R$ 3 mil) e a qualidade das imagens geradas. A transmissão ainda não é ao vivo – demora cerca de 24 horas para as imagens entrarem na plataforma.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A plataforma já permite que o usuário selecione os melhores momentos do jogo, bastando clicar em um botão que captura os últimos 10 segundos do vídeo. Mas o objetivo da Esportes.co é eliminar esta dependência e fazer com que própria plataforma faça este trabalho de forma automática.
Para tanto, Piza conta com três pesquisadores para “ensinar o computador a pensar”, ou seja, a “marcar” para o sistema quais são os melhores momentos de um jogo de futebol, de forma que ele consiga fazer a seleção de forma autônoma. O projeto ainda está em fase inicial, mas a ideia é ter “alguma solução aplicada ao mercado em cerca de seis meses”.
Além de Piza e dos três pesquisadores, a Esportes.co conta com sócio e investidor-anjo e com a ajuda do programa PIPE, da FAPESP, que apoia a execução de pesquisa científica e tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado de São Paulo. Com isso, foram levantados cerca de R$ 200 mil para tornar possível que a máquina fique responsável por garantir os melhores momentos do futebol amador.