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Há cerca de dois anos, o analista de sistemas Robson Motta teve a ideia de tornar possível que qualquer jogador de futebol, fosse ele amador ou profissional, pudesse rastrear o desempenho individual com a ajuda de uma tecnologia que todo mundo tem: um telefone celular equipado com GPS. Problema: quem colocaria em risco o seu precioso smartphone – e o próprio corpo – jogando uma partida de futebol?
A solução veio por meio de um colete, cujos primeiros protótipos foram elaborados com a ajuda da própria mãe – a família tem uma confecção de roupas. Motta baseou-se nos modelos utilizados, por exemplo, por corredores para criar uma versão especial equipada com um bolso localizado bem no meio dos omoplatas, um local que realmente torna pouco provável danificar tanto o aparelho como nosso corpo.
Escrevemos isso depois de testarmos a tecnologia (nossas considerações estão no final deste artigo).
Motta tirou a ideia do papel também com a ajuda do sócio Luis Felipe Franco (que hoje atua mais como mentor e investidor-anjo) e, depois de testar de forma controlada com cerca de 40 peladeiros, lançou o Joga+ no mercado no começo deste ano. A tecnologia combina um aplicativo gratuito, disponível para iOS e Android, com o colete especial, que custa R$ 60, incluindo frete para todo o Brasil. Veja um vídeo de divulgação:
Hoje, Motta contabiliza aproximadamente 400 jogadores, dos quais entre 100 e 200 jogando pelo menos uma partida rastreada por mês. Já foram inseridas 1,5 mil partidas. No caso dos coletes, já foram vendidas 300 unidades para todo o Brasil e até para o exterior. Vale ressaltar que o uso da vestimenta oficial não é obrigatória pois, fora a questão da praticidade (e da segurança), o smartphone pode ser carregado até na mão.
DUAS ACELERAÇÕES E VERSÃO PRO
O Joga + chamou tanto a atenção que já conseguiu o apoio de duas aceleradoras. A primeira foi da Darwin Starters, de Santa Catarina – Motta é paulista de Mogi-Mirim, mas está radicado em Florianópolis. A investidora ajudou a startup não apenas a montar uma equipe com quatro funcionários fixos e três freelancers como a definir o seu primeiro modelo de negócio, uma versão para times de futebol profissionais.
Trata-se do Joga+ Pro, um pacote oferecido via assinatura mensal que permite aos clubes utilizarem um determinado número de dispositivos GPS e coletes por empréstimo, além de um sistema Web que reúne as informações de todos os atletas. Os planos variam de R$ 1,5 mil (cinco dispositivos/coletes) a R$ 6 mil (30 dispositivos/coletes) mensais, e prometem informações avançadas – até mesmo se um jogador está prestes a se lesionar. O Joga+ Pro já conquistou o seu primeiro cliente, o Guarani de Campinas, atualmente na Série B.
Se você (ainda) está prestando atenção neste artigo, deve ter observado que deixamos mencionar smartphones e telefones celulares e passamos a adotar o termo "dispositivo". É que o Joga+ Pro está sendo preparado para suportar outros aparelhos GPS, sobretudo o Samsung Gear Fit 2. E tem envolvimento da gigante sul-coreana de eletrônicos.
No final de outubro, a Joga+ foi selecionada para a terceira fase de aceleração de um programa promovido em conjunto pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), pelo Centro Coreano de Economia Criativa e Inovação (CCEI) e pela Samsung. A startup terá acesso ao investimento de R$ 250 mil e a tecnologias da empresa que tenham relação com o negócio.
O smartwatch esportivo da Samsung cai como uma luva, pois é um ótimo substituto para o smarphone por ser mais compacto e diminuir ainda mais o risco de acidentes, tanto para o aparelho como para o usuário.
NOSSAS CONSIDERAÇÕES
Testamos o Joga+ no último final de semana, em uma partida de futebol sete entre amigos. Antes do jogo, a expectativa realmente não era das melhores, pois gerava uma certa tensão jogar com um telefone celular nas costas.
O colete, adquirido pelo Novo Esporte, pareceu um pouco apertado no primeiro momento – principalmente no abdome, diga-se de passagem -, mas a sensação passou depois de alguns minutos. E, no final das contas, ocorreu o mesmo depois de alguns minutos jogando com o equipamento todo.
O aplicativo parece mesmo ter sido desenvolvido por quem joga futebol. Por exemplo, é possível informar depois de quanto tempo mais ou menos a partida irá iniciar depois de ativá-lo. Isso é importante considerando que o colete e o celular foram "vestidos" no vestiário e ainda houve um período de distribuição de coletes e aquecimento.
Por outro lado, ficamos sete minutos fora de campo por conta do revezamento. Tiramos colete, telefone e observamos que seria possível pausar o rastreamento, mas seria realmente um incômodo fazer isso em todas as partidas. O mais interessante seria tornar possível eliminar um determinado período de inatividade.
No final do jogo, recebemos honrosos 7,45 de "nota geral", calculada com base em três parâmetros: distância percorrida, posicionamento e resistência. O aplicativo informa ainda calorias queimadas, período de tempo nos campos de ataque e defesa, posicionamento por período de jogo, velocidade média e outros dados.
Há mapas de calor, mas pequenos, já que apresentados na tela do telefone celular. E estavam com o posicionamento centralizado no campo, apesar de termos jogado na lateral esquerda. Também é possível registrar o resultado da partida (vitória, empate ou derrota) e o número de gols marcados, de forma a guardar um histórico, mas seria bem mais interessante poder armazenar o placar dos jogos.
Fora esses e outros pormenores, o Joga+ traz informações bacanas para quem nunca teve seu futebol "mapeado". Pretendemos repetir a "experiência". Veja as telas: